segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Àquelas pessoas

Àquelas pessoas dedico este post. Ergo um brinde, celebro a vida e celebro um dia mais perto da morte.

Àquelas pessoas que me fizeram sentir as melhores coisas para depois me infligirem as piores dores, eu dedico meu peito aberto com chagas úmidas a vocês.

Aqueles que se aproveitam da fraqueza alheia são covardes, sim, mas são os mais fortes. A natureza lhes deu o sangue frio necessário para olhar e conhecer um semelhante por dentro e mesmo assim desejar quebrá-lo, desejar rasgá-lo e violentá-lo. Como se fosse uma caça, um animal. É a seleção natural, é Darwin, é ciência e naturalismo.

Sou um animal humano fadado ao sofrimento por ser amaldiçoada com o sangue quente correndo em minhas veias e a carne viva pulsando no lugar da minha pele.

It happens. Shit happens. Life happens.


terça-feira, 29 de maio de 2012


Minha vida.gif

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Our memories are such bittersweet memories, my dear.

Você tinha cabelo bagunçado e usava camisetas. Eu usava saias indianas e usava sapatos de plástico. Você jogava video-game, eu falava de política. Levávamos cara e alma limpas. Eu queria o mundo, você não queria nada.

Hoje você se transformou em tudo aquilo que eu sempre pedi que você fosse. E eu continuo a mesma porque não tenho conserto.

Eu fiquei como memória de amor juvenil. Você ficou como lembrança da minha doença particular. Como pode algo tão bonito ser tão doído?


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"A gente tem uma vida... uma vida de babacas. Comemos, dormimos, transamos, saímos. Sempre a mesma coisa se repetindo... Cada dia é a repetição inconsciente do anterior: a gente come uma coisa diferente, a gente dorme melhor, ou pior, transa com uma outra pessoa, vamos a um lugar diferente quando saímos. Mas é igual, sem objetivo, sem interesse. Nós continuamos e nos determinamos objetivos materiais. Poder. Dinheiro. Filhos. A gente perde a cabeça tentando realizá-los. Mas, ou a gente nunca consegue alcança-los, e fica frustrada para o resto da vida, ou, quando consegue, percebe que não dá a mínima. Depois a gente morre. E fica com a boca cheia de terra. Quando a gente se dá conta disso, a vontade que dá é de encher logo a boca de terra, para não ficar lutando em vão, para pregar uma peça na fatalidade, para escapar da armadilha. Mas a gente tem medo. Medo do desconhecido. Do pior. Então, quer queira, quer não, a gente fica sempre esperando alguma coisa. Do contrário, já teríamos apertado o gatilho, engolido a caixa de comprimidos, pressionado a lâmina da navalha até o sangue jorrar..."

A vida é mesmo uma roda-viva, Chico Buarque. Mas mais porque ela roda, se repete e não sai do lugar.

Um fluxograma sem fim ao qual se sobrevive usando pequenos prazeres como subterfúgios pra mascarar sua completa falta de sentido.

Ser feliz com sua viagem de fim de ano pra praia parcelada em 10 vezes graças ao seu honesto salário de funcionário público que trabalha 10h por dia. Eu me recuso a acreditar que este seja o sentido da vida.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Olhos

Os únicos olhos que queria ver era o brilhante par de olhos de um ônibus vindo rapidamente em sua direção.

Microconto

TARA. Ela tinha tara em médicos. Mas era porque precisava de alguém que fizesse a cirurgia de tirar a angústia do peito.

Literatura Brasileira

Sorria com os olhos, que eram luzidios como uma manhã de Natal. Mas não era muito bom fitá-los; eram olhos de ressaca, facilmente poderiam arrastar-te e fazer sua mente se afogar em confusão.

Agora estavam secos. Não eram mais ressaca, eram só sertão; seco e sem vida. Eram opacos porque a luz se esvaiu.

Passou de Capitu a Sinhá Vitória em poucos capítulos da vida.